domingo, 10 de outubro de 2010

Reine sobre mim (Reign Over Me) - 2007

Esse final de semana, tirei meio que pra descansar de verdade e ver algo interessante. Pensei em assistir Tropa de Elite 2 (que teve sua estréia na última sexta-feira), mas, imaginei que se quizesse um horário bom, teria que enfrentar algumas horas de espera entre filas e o início da sessão.
Parti, então, para os filmes antigos que eu não ví por falta de oportunidade e que estavam empoeirados em minha wishlist cinematográfica.
Terminei de baixar Emmanuelle de Just Jaeckin (1974); voltei a ver (agora com mais calma, algumas pesquisas e muitas horas de Forward, Play, Pause, Rewind e Play novamente), Magnólia de Paul Thomas Anderson (1999) e, no início da tarde de domingo (hoje), procurando algo de últil nos canais de filmes, achei um filme interessantíssimo de Mike Binder, chamado Reine Sobre Mim (2007).
O filme traz uma interpretação, que eu chamaria de brilhante de Adam Sandler no papel de um homem que perdeu sua família nos atentados de 11 de setembro de 2001 e, desde então vive transtornado, permeando entre a realidade e suas crises de solidão. O filme traz em cena ainda, Don Cheadle e a graciosa Liv Tyler que, mesmo sendo o ícone sexual que é, não rouba a cena em nenhum momento. Como eu disse alí atrás, Sandler me impressionou na interpretação do papel. Outra atração de Interpretação vem de Don Cheadle que faz o amigo de Sandler no longa.
Um filme bonito, sensível e muito envolvente. Vale a pena!

sábado, 2 de outubro de 2010

Um olhar em Olhares

Quero poder expor aqui fotos que encontro na internet que sejam de alguma forma, estimulantes pra mim em minha busca pelo retorno a fotografia.

http://br.olhares.com/sopro_foto3623543.html

Sobre as Novas Postagens

Porei aqui no blog tudo o que eu achar interessante na net. Apenas pra não deixar o blog morto, esquecido, ok?

sábado, 8 de maio de 2010

Não é bem assim fióte...

Em nossas vidas, estamos, de tempos em tempos, nos deparando com as mentiras sociais. Mentiras lavadas, mentiras que de tão repetidas ao longo dos anos são verdades incontestáveis até hoje pra mim e pra muitos.
Essas mentiras começam desde o seu primeiro dia de vida e se estendem até o derradeiro.
Elas são tão bem articuladas, pensadas e conservadas que, quando nos chegam, parecem um lindo presente de Natal com lacinho e tudo.
Por falar em Natal, presentes e lacinhos, Onde está o Velho gorducho de barba branca com suas renas? Bom, se depender das crianças e de uma leva de espirituosos de plantão, a resposta pra essa pergunta será algo do tipo: Papai Noel? Em Maio? Cê tá louco? Papai Noel, nessa época está de férias! Outros ainda: Bem, nessa época ele está fabricando os presentes pro final do ano. Creio que eu gostaria de saber que em Maio o velho do saco grande estivesse em Honolulu surfando ou curtindo um Rodeio em Jaguariúna. Aaaaah... Não posso me furtar de meus pensamentos: Não que eu curta (e, de verdade, não curto mesmo!), mas façamos um exercício mental e imaginemos o grande Noel numa festa rave...

Abstraindo novamenteeee...

Apesar de serem muito sistemáticas, bem arquitetadas e de fácil sustentação para as crianças, essas mentiras esbarram, quase sempre, no critério fé (ou falta de).
Como manter a fantasia do Papai Noel pra uma criança que questiona?
O que você responderia pro seu amado filho se ele lhe disparasse essa: “Mãe, porque o Gabriel do final da rua ganhou um mini-bugue do Papai Noel e eu, só aquela blusa?” O que você diria? Que o Gabriel foi um filho melhor que o seu durante o ano que passou? Que Papai Noel foi deixando os presentes pesados primeiro no fim da rua pra depois deixar os mais leves no início? Que o Papai Noel do Gabriel é esnobe e o seu Papai Noel meu filho, é um lutador e não pode comprar um mini-bugue esse ano, mas ano que vem...?
Como sustentar isso?

E, o acervo de mentiras vai crescendo ao passo que vamos crescendo. Quer ver?
Depois de termos passado (não superado, apenas passado...) por Papai Noel, Fada dos Dentes, Coelhinho da Páscoa... aaaah... Não dá!!!! Deixem-me fazer uma observação aqui. Uma pergunta. Podem até considerarem-na retórica, não vou me importar... Prometo! Mas, como explicar o ovo de chocolate que um “Coelho” bota ou fabrica e que, todos os anos os entrega de casa em casa? Seria o mesmo coelho pra todas as crianças do mundo? Ou, seria um sistema de Franchising? Se for franchising, dá pra reclamar pelo 0800 da franquia quando um ovo chegar quebrado ou quando o seu for menor que o do seu vizinho. Coisa que não dá pra fazer no caso do Papai Noel. Pois ele é único. Vou mandar pro Sr. Noel uma idéia esse ano: Descentralização é o que há de mais moderno!

Mas, voltando: Papai Noel, Fada dos dentes, Coelhinho da Páscoa... Depois de tudo isso, avançamos na juventude.
Lembro-me de meu primeiro ano de ginasial. Era a tão almejada 5ª. Série. Tínhamos cadernos universitários, aulas de educação física e todo o ensino era segmentado. Não havia mais “Ciências”, agora eram Física e Química; “Estudos Sociais” era matéria só para os pobres ignorantes da 2ª à 4ª. Séries. Pra nós, os altivos quinto-anistas, agora havia Sociologia, Geografia e História. E é aí que mora mais uma mentira que me foi contada desde os primeiros dias de pré-escola: Vamos falar um pouco de PEDRO ÁLVARES CABRAL? Quem foi Pedro Álvares Cabral?
Dêem-me uns minutinhos, por favor... Vou ali fazer essa pergunta pra minha filha (só por desencargo de consciência). Já volto.
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Bom, minha filha não curtiu muito tê-la acordado às 3 e 40 da manhã pra fazer uma pergunta boba como essa, pois “todo mundo sabe que Pedro Álvares Cabral foi um português que descobriu o Brasil, né pai?!! Agora, deixa eu dormir, to com sono paaaaiêêêê...
A gente comemora uma data pra isso: 22 de abril. Lembro de uma musiquinha do primário que é assim: (...) Ai, ai, ai, era 22 de abril, que Cabral aqui chegando descobriu o meu Brasil.(...) Descobriu??? Descobriu como??? Descobriu o que já estava descoberto?
Pois é, isso foi me sendo empurrado cérebro adentro nas aulas de Estudos Sociais do primário, eu acreditei nisso!!! Até imaginava o baixinho, gordo e bigodudo do Cabral chegando aqui, vendo aquelas índias todas nuas (boas para sua libertinagem), aqueles índios fortes e valentes (bons para o trabalho escravo e/ou suas libertinagens também), aquela terra toda a ser desbravada, aquelas espécies de frutas, de madeiras (como o pau-brasil)... Tudo tinha aqui. Maaaasss... Não é bem assim fióte.
Pelo que entendi, Cabral foi o primeiro grileiro em terras brazilis.
Um outro baixinho, menos gordo que o Cabral que imagino, que só não era bigodudo, mas devia se parecer com Cabral, me deu um banho de água fria no primeiro dia de ginasial. Professor Arturo um nobre intelectual.
Professor Arturo ensinava História do Brasil e História Geral como nenhum outro professor jamais ensinou.
Eu estava lá na segunda carteira da fileira do meio, cheio de mim, conhecedor de quase tudo, ouço a primeira pergunta da 5ª. Série: “- Moçada, quem pode me responder uma perguntinha simples: Quem descobriu o Brasil?” Arturo fez a simples pergunta sem olhar direito pra sala. Ele entrou, nem boa tarde tinha dito. Foi indo em direção à sua mesa, largou suas coisas e fez a pergunta.
Nem preciso dizer que fiquei me coçando pra responder de bate-pronto né? Mas, era uma classe nova, uma turma nova, não queria parecer presunçoso. Mas a doce Valéria que se sentava à minha frente cometeu o terrível erro de levantar a mão e responder antes de qualquer outro. E lá foi ela:
- Pedro Álvares Cabral, fessô...?
A expressão do professor Arturo ficou inalterada. Aquilo calou a classe.
- Alguém mais quer falar alguma coisa? – Perguntou o baixinho sem bigode.
Dava pra ouvir o coração da Valéria batendo. Às essas alturas, o coração da doce menina não batia mais - apanhava de tão nervosa que ela estava.
A tensão nos corroia por dentro.
Eu já tinha sacado que tinha alguma coisa errada na resposta, daí, com o nervosismo, pensei que talvez fosse o nome. Pensei em Cristóvão Colombo, Dom João Sexto, Geraldo Vandré, Emerson Fittipaldi... será????
Estava tão nervoso que se me dissessem que era João Paulo II eu aceitaria e ponto. Mas, me acalmei quando dei de ombros pensando: Foi essa tonta que respondeu essa besteira, ela que se resolva com ele. Eu já não sabia qual era a resposta certa, já não tinha certeza demais nada (aliás, do jeito que o professor Arturo perguntou, se ele perguntasse meu nome e, depois de minha resposta, ele dissesse: Você tem certeza? Eu me calaria e esperaria que ele me registrasse com o nome que bem quizesse), mas, já podia saber pela tensa aula que se desenrolava que Pedro Álvares Cabral podia ser tudo, menos o descobridor de meu país. Talvez o cestinha do Los Angeles Lakers da última temporada da NBA, Mas descobridor do Brasil, nunca!!!! Quem poderia ter pensado algo assim??? Humpf... Como é burra essa menina.
Eu começava ali a ter saudades do primário. A Professora Rita de Cássia com toda a sua ternura nunca traria um clima tão tenso com uma única pergunta e a cara carrancuda pra dentro da sala de aula.
Professor Arturo, então, nos libertou da tensão e nos colocou no calabouço da ignorância para que soubéssemos exatamente quem éramos: ignorantes!
Foi assim mesmo. Me senti um completo ignorante, enganado por anos, senti-me até constrangido tal como no dia em que me disseram com provas inquestionáveis que Papai Noel não existe.
Descobrimos naquela tarde de fevereiro de 1980 que, muito possivelmente o GPS da esquadra de Cabral já havia saído de águas portuguesas com o endereço da Costa Brasileira setado como destino.
Seguiram-se as explicações do porque que os Portugueses disseminaram essa estória, da Ordem dos Cavaleiros Templários, da corrupção já naqueles tempos bem identificada no reino de Dom João II, da maçonaria, dos navegadores que por aqui estiveram antes de Cabral, enfim, toda a sorte de informações que eu jamais pensei um dia ouvir.
Falou-se da missão secreta de Duarte Pacheco Pereira que, por aqui teria chegado em 1448; de Américo Vespúcio, Yanez Pinzón e Diego de Lepe. E há quem defenda que chineses não só estiveram aqui, como fizeram filhos com as índias.
A aula terminou com um monte de dúvidas na minha cabeça e todas elas começavam com um “Por quêêêêê (...) ????”

Quer ver outra coisa interessante?

A Inconfidência Mineira.
Não vou mais acordar minha filha pra perguntar nada... Me desculpem, mas a menina precisa dormir. Mas, pra evitar longas viagens aqui, vou direto ao ponto: Quem morreu no lugar de Tiradentes?
Outro dia, estava eu na Prefeitura (regional) da Casa Verde, aqui em São Paulo e, enquanto aguardava a localização de um processo (meu trabalho diário no escritório, dentre outras atividades, requer que eu acompanhe processos nas regionais de prefeituras), iniciei um bate-papo com uma senhora funcionária da municipalidade, muito atenciosa e simpática (pena não lembrar seu nome agora), mas , como se seguiria na próxima semana um dia de feriado em comemoração à Tiradentes, ela comentou algo do tipo: “Se ainda fosse ele mesmo que tivesse morrido na forca né?...”
E eu: hããã???

é meu filho... Um pobre coitado morreu lá pra Tiradentes poder escapar! A atenciosa senhora disse isso com um ar de desaprovação, quase que injuriada.
Péra lá... Calma aí! Acho que passou o meu ponto de descer da lotação.
Não vai me dizer que... Não... Não é possível... Isso não!!! Não, não e não!!!!. Vai me dizer a senhora que eu, com meus 36 anos de idade, fui enganado até hoje com isso? E ela com os lábios cerrados apenas acenava afirmativamente com a cabeça.
Claro que ouvia aquilo com certa descrença, mas ela falava com sobriedade e conhecimento. Citava nomes, datas, ocasiões, etc... Fiquei curioso e coloquei o Google pra trabalhar pra mim:
“Quem morreu no lugar de Tiradentes”... Aproximadamente 237.000 resultados (0,27 segundos)...
Fiquei surpreso com toda a informação acerca do tema. Tudo muito parecido e, salvos alguns exageros de um ou outro blog/site, o grosso da história batia. Fiquei surpreso com mais essa mentira.
Bom, não vou me ater muito ao tema porque o propósito do post não é bem esse, maaaasss...

A Folha de S. Paulo publicou um artigo (21-04-98) no qual se comentam os estudos do historiador carioca Marcos Antônio Correa. Correa defende que Tiradentes não morreu enforcado em 21 de abril de 1792. Ele começou a suspeitar disso quando viu uma lista de presença da Assembléia Nacional francesa de 1793, onde constava a assinatura de um tal Joaquim José da Silva Xavier, cujo estudo grafotécnico permitiu concluir que se tratava da assinatura de Tiradentes. Segundo Correa, um ladrão condenado morreu no lugar de Tiradentes, em troca de ajuda financeira à sua família, oferecida pela maçonaria. Testemunhas da morte de Tiradentes se diziam surpresas, porque o executado aparentava ter menos de 45 anos. Sustenta Correa que Tiradentes teria sido salvo pelo poeta Cruz e Silva (maçom, amigo dos inconfidentes e um dos juízes da Devassa) e embarcado incógnito para Lisboa em agosto de 1792.
Isso confirma o que havia dito Martim Francisco (irmão de José Bonifácio de Andrada e Silva): que não fora Tiradentes quem morrera enforcado, mas outra pessoa, e que, após o esquartejamento do cadáver, desapareceram com a cabeça, para que não se pudesse identificar o corpo.
"Se dez vidas eu tivesse, dez vidas eu daria pelo Brasil". Como só tinha uma, talvez Tiradentes tenha preferido ficar com ela. (Fonte: http://www.montfort.org.br)

Fico pensando: O que mais me espera aí pra frente? O que mais serei obrigado a encarar?
Será que ainda agüento?
É isso.